PROCESSO & DECISÃO CONSULTORIA Seção Chile . 2024. Editor Rui Tavares Maluf
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CHILE
Mais uma vez o presidente Boric muda..
Chile-Bolívia. Caso Silala chega ao fim
Rreferendo: eleitorado rejeita..
Chile reintroduz voto obrigatório
Gabriel Boric toma posse como presidente...
Lei Orçamentária de 2022 publicada
Novo ministro do Trabalho e Provisão Social
Inequívoco resultado pró-constituinte
Chile e Brasil assinam acordo de Livre Comércio
Chile obtém vitória importante
Reforma Constitucional: voto se torna facultativo
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Nessa terça-feira, 6 de fevereiro de 2024, o ex-presidente da República Miguel Juan SEBASTIAN PIÑERA Echenique (74) (Independente) morreu em desastre de helicótpero que ele próprio pilotava e no qual estava acompanhado de outras pessoas que conseguiram se salvar. A aeronave caiu pouco depois de ter levantado voo da residência de um amigo na qual havia almoçado. O tempo estava muito ruim segundo as autoridades e o aparelho caiu no Lago Ranco situado na Região de Los Ríos provocando sua morte por afogamento. O falecimento do ex-mandatário se deu depois de 697 dias de ter completado seu segundo (2o) mandato (2018-2022) não consecutivo e o transmitido ao atual presidente da República, GABRIEL BORIC Font (37) Unidade pelo Chile(UC). Seu primeiro (1o) mandato se deu de 2010 a 2014. Porém, antes de disputar e alcançar a presidência, Piñera elegeu senador da República, mandato que exerceu de 1990 a 1998. Foi filiado ao Partido Reconstrução Nacional (RN), de centro-direita, mas o deixou depois de passar pela presidência mantendo-se sem filiação desde então.
Sebastian Piñera, que era casado com Cecilia Morel Fontes desde 1973 teve com ela quatro (4) filhos tendo obtido exitosa vida empresarial e acadêmica como professor univeristário. Graduou-se em engenharia comercial pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Chile) em 1971, e realizando mestrado e doutorado na Universidade de Harvard (EUA) com conclusão no 1976. Independentemente de qual de suas atividades empresarias tenha sido a mais importante para ele quanto envolvimento e retorno, foi a participação na antiga Linhas Aéreas Chilenas - LAN-Chile a que lhe conferiu maior visibilidade doméstica e mesmo regional
Leia também o verbete Sebastian Piñera no wikipedia em espanhol
PALAVRAS-CHAVES (TAGs): - Chile; Ex-presidente Sebastian Piñera morre; Lago RancoMorte do ex-presidente do Chile Sebastian Piñera; Região de Los Ríos
***Nota atualizada em 18 de dezembro de 2023***
Domingo, 17 de dezembro de 2023. Faltando menos de duas (2) semanas para o final do ano e a uma (1) da Véspera de Natal o eleitorado chileno, convocado às urnas para novo plebiscito constitucional, decidiu mais uma vez rejeitar a nova Constituição que havia sido revisado em uma minireforma ocorrida depois da rejeição anterior que se deu em 4 de setembro de 2022, a qual, por seu turno, foi resultado das enormes manifestações de protestos ocorridas em 2019 as quais tornaram popularmente conhecido o atual presidente da República GABRIEL BORIC Font (37) Unidade pelo Chile(UC).
De acordo com Serviço Eleitoral do Chile SERVEL 15.406.352 eleitores estavam aptos à votar, mas o comparecimento eleitoral foi de 13.014.963 cidadãos representando 84,5%. Dentre os 127.552 eleitores chilenos que vivem e votam no exterior, conquanto a participação eleitoral tenha sido de somente 37.179, o que já seria esperado, os quais correspondem a somente 29,15% do contingente estrangeiro total.
POSIÇÃO / RESUMO | VOTOS / RESUMO | % VOTOS VÁLIDOS | % VOTOS COMPARECIMENTO | % VOTOS NO ELEITORADO |
---|---|---|---|---|
A Favor | 5.470.025 | 44,24 | 42,03 | 35,50 |
Contra | 6.894.287 | 55,76 | 52,97 | 44,75 |
VOTOS VÁLIDOS | 12.364.312 | 100 | 95,00 | 80,25 |
Votos em Branco | 169.921 | 1,31 | 1,10 | |
Votos Nulos | 480.730 | 3,69 | 3,12 | |
COMPARECIMENTO ELEITORAL | 13.014.963 | 100 | 84,48 | |
Abstenção | 2.391.389 | 15,52 | ||
ELEITORADO APTO | 15.406.352 | 100 |
Com esta nova rejeição, continuará a vigorar a Constituição produzida à época da ditadura do general AUGUSTO José Ramón PINOCHET Ugarte (1915-2006), embora a carta tenha passado por importantes reformas já no atual período democrático.
Para o cientista político RUI TAVARES MALUF (64) "no atual contexto foi uma pequena vitória para o governo e todos que apoiavam uma nova constituição, por paradoxal que seja, pois a atual proposta que foi rejeitada tinha muito mais o feitio do radicalismo de direita chileno, não se constiuindo, portanto, em um texto de consenso". Ou seja, para o cientista político Rui Tavares "o texto anteriormente rejeitado, o de 2022, que era a expressão maior das forças que apoiaram o presidente Boric à presidência, tinha muito de uma concepção da esquerda identitarista da qual ele é de certa forma egresso e, assim, também não estabelecia um consenso mínimo". Tavares Maluf, finalizando, destaca que "em alguma medida este processo faz com que todo o Chile tenha perdido porque foi consumido tempo e energia muito grande da nação, que ficou muito dividida, mas fica a lição de que mudanças profundas como a redação de uma Constituição partindo do zero só podem ocorrer quando há muito diálogo entre as várias forças políticas e sociais do páis, e que a velha constituição que continuará a vigorar já conta com muito das modificações dos tempos democráticos. O importante é tratá-la bem".PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - América do Sul; Chile; cientista político; Constituição reformada da ditadura; Eleitorado rejeita nova constituição; Plebiscito dezembro de 2023; presidente Gabriel Boric; professor Rui Tavares; professor Rui Maluf
Segunda-feira, 11 de setembro de 2023. Nessa data em que se marca a passagem dos 50 anos do golpe de estado que derrupou o governo do presidente SALVADOR Guillermo ALLENDE Gossens (1908-1973) Partido Socialista (PS) e institui a ditadura liderada pelo general do exército AUGUSTO José Ramón PINOCHET Ugarte por quase 17 anos (1973-1990), várias tensões e conflitos se deram no país, particularmente em Santiago, por meio tanto de manifestações de rua quanto de afirmações escritas ou faladas em diferentes plataformas. O que se passou até o momento em que essa nota era redigida não surpreende devido a tudo que se vive no Chile há muito tempo, e particularmente a partir do processo constituinte que levou à Carta Magna que foi rejeitada em referendo em setembro do ano passado, sob o governo do atual presidente GABRIEL BORIC Font (37) Unidade pelo Chile(UC). Porém, a data exata desse meio século, em termos de ações de rua, é desdobramento do que já se viu ontem, domingo, 10 de setembro, quando integrantes de ato oposição à ditadura foram reprimidos por forças policiais, apesar de a manifestação ter sido autorizada pelas autoridades. O irônico de tudo, é que o próprio presidente participou por breves minutos da marcha da oposição caminhando ao lado dos manifestantes. Além disso, 50 indivíduos encapuzados e vestidos de preto saíram da manifestação e atacaram o palácio, tendo provocado danos materiais à edificação embora tenha sido reprimidos pelos Carabineros.
No entanto, o ponto alto da recordação do golpe de estado se deu por meio de evento previamente organizado no Palácio de La Moneda
pelo presidente Boric em evento que contou com a presença de várias autoridades nacionais e internacionais, bem como de ex-mandatários,
e no qual se deu destaque para a defesa dos direitos humanos e da democracia. Para além da palavra do primeiro
mandatário, também usou a palavra a filha de Allende a atual senadora ISABEL ALLENDE Bussi (78)
PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - Aniversário do golpe de Estado de 11 de setembro; conflitos; 50 anos do golpe de Estado; Palácio de La Moneda; Santiago; tensões políticas
Nesta quarta-feira, 28 de junho de 2023, em Santiago, em reunião da Aliança do Pacífico (AP) e sob a coordenação do ministro das Relações Exteriores ALBERTO VAN KLAVEREN Storck (74), tomou a decisão conjunta com ALÍCIA BÁRCENA, embaixadora do México no Chile; RENZO VILLA Prado, encarregado de assuntos do Perú no Chile; e RENÉ CORREA Rodriguez, encarregado dos assuntos da Colombia no Chile, decidiram que o Chile presidirá por um (1) mês a presidência da AP, oficialmente criada por estes países em 2011 com o propósito de estabelecer um "mecanimso de articulação política, econômica e de integração comercial, de cooperação e projeção para o mundo". A solução é provisória pois a vez de liderar seria do Perú, mas sofreu o veto do México cujo governo não aceita que a presidente daquele país DINA Ercilla BOLUARTE Zegarra (61) assuma o posto por entender que é responsável por "golpe de estado" contra o então presidente Jose PEDRO CASTILLO Terrones (53), quer era a vice. Na realidade, Pedro Castillo tentou desferir dar um golpe de estado no final de 2022 que foi abortado e sofreu afastamento e prisão por decisão do Congresso Nacional.
Tal decisão não mostra que haverá solução após o prazo de um mês. Provavelmente, o ministro Klaveren acredita que os países conseguirão uma solução que se integre às formalidades dos estatutos da Aliança, mas não será fácil.
PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - Aliança do Pacífico; (AP); Alberto Van Klaveren; Chile; crise na Aliança do Pacífico; Colômbia; Conflito Peru-México; ministro das Relações Exteriores; Peru, México
***Atualizado em 9 de maio de 2023 às 17hs05ms***
Neste domingo, 7 de maio de 2023, 15.150.572 eleitores chilenos eram esperados nas urnas com a finalidade de eleger 50 membros para um Conselho Constitucional, que foi a solução consensual entre as forças políticas para oferecer uma nova constituição ao páis após o texto da constituição que havia sido preparado por uma Assembleia Nacional Constituinte foi rejeitado amplamente nas urnas. Do contingente habilitado a votar, 82,40% compareceram e elegeram três (3) das quatro (4) coligações partidárias que participaram do pleito, dando ampla vitória para as duas que representam a direita e a extrema direita chilena e claríssima derrota para a força política que apoia o atual presidente da República GABRIEL BORIC Font (37) Unidade pelo Chile(UC), cuja coligação elegeu somente 16 de 50 conselheiros (Veja tabela ao final dessa nota). E a vitória da direita se materializou na pessoa do ex-adversário do atual mandatário, a saber: JOSE Antonio KAST Ritz (56) Partido Republicano (PR), que havia sido derrotado por ele derrotado na eleição presidencial de 2021. Na medida em que a campanha para esta nova escolha não foi capaz de mobilizar grande parte do eleitorado chileno, o resultado se traduziu em uma gigantesca participação dos votos nulos, os quais, sozinhos, superaram aos votos dados à coligação Chile Seguro.
A dificuldade de mobilização também se verifica pelo grande número de partidos que se apresentaram (16), embora quase todos reunidos sob coligações, e, mesmo assim, esta capilaridade não evitou seja o elevadíssimo número de votos nulos já mencionado, bem como uma alta abstenção considerando que o comparecimento era obrigatório (17,6%). Isso quer dizer que a Taxa de Marginalidade Eleitoral (TME), isto é, a soma dos percentuais de nulos, brancos e abstenção, foi de altíssimos 35,5%.
Segundo análise do cientista político brasileiro RUI TAVARES MALUF (64) "O resultado da presente escolha para o Conselho Constitucional pode ser entendida por ao menos três fatores com pesos diferenciados, a saber: 1) preocupações crescentes e razoáveis com a questão do aumento da criminalidade no país; 2) questão ideológica; a direita que sempre foi forte se fortalece ainda mais; 3) frustração de parte do eleitorado com a rejeição do texto constitucional em setembro último, especialmente dos que votam à esquerda ou em temas sociais, bem como com as dificuldades de governabilidade do atual presidente". Mas Tavares Maluf afirma que mesmo tendo sido derrotado mais uma vez, "não seria totalmente justo afirmar que o atual presidente é incapaz de reconhecer as adversidades e procurar se adaptar e reagir. De certa forma este resultado ainda é o efeito do referendo de setembro passado".
PARTIDOS / COLIGAÇÕES | VOTOS | % VÁLIDOS | % COMPARECIMENTO | % ELEITORADO | NÚMERO DE CANDIDATOS | NÚMERO DE ELEITOS |
---|---|---|---|---|---|---|
Partido Republicano do Chile | 3.468.258 | 35,41 | 27,78 | 22,89 | 72 | 23 |
Unidade pelo Chile | 2.800.975 | 28,59 | 22,44 | 18,49 | 72 | 16 |
Chile Seguro | 2.063.907 | 21,07 | 16,53 | 13,62 | 72 | 11 |
Tudo por Chile | 877.207 | 08,95 | 07,03 | 05,79 | 70 | 00 |
Partido da Gente | 537.088 | 05,48 | 04,30 | 03,55 | 62 | 00 |
Candidaturas Independentes | 48.495 | 00,50 | 00,39 | 00,32 | 03 | 00 |
VOTOS VÁLIDOS | 9.795.930 | 100 | 78,46 | 64,66 | ||
Votos Nulos | 2.119.506 | 16,98 | 13,99 | |||
Votos em Branco | 586.673 | 04,56 | 03,87 | |||
COMPARECIMENTO ELEITORAL | 12.483.719 | 100 | 82,40 | |||
Abstenção | 2.666.853 | 17,60 | ||||
ELEITORADO APTO | 15.150.572 | 100 | 351 | 50 |
PALAVRAS-CHAVES (TAGs): - América do Sul; cientista político Rui Maluf; cientista político Rui Tavares; Chile; Coligação Chile Seguro; Conselho Constitucional; Eleição para o Conselho Constitucional; Partido Republicano do Chile; professor Rui Maluf da FESPSP; Unidade pelo Chile
Nesta sexta-feira, 10 de março de 2023, a um dia de completar o primeiro (1o) de mandato, o presidente da República GABRIEL BORIC Font (37) Pacto Aprovo Dignidade (PAD) deu posse a cinco (5) novos ministros que substituirão àqueles que estavam à frente de suas pastas desde o início da gestão do atual mandatário. Estas mudanças dão sequência às que o presidente já havia realizado em setembro de 2022. Esta decisão presidencial está relacionada às dificuldades políticas que vem enfrentando com o Parlamento, mas também com amplos setores da sociedade chilena. A nova titular da pasta de Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação é a terceira (3a) a assumir na gestão do presidente Boric. As duas pastas mais relevantes das que passam a ter novos titulares são o Ministério das Obras Públicas e o Ministério de Relações Exteriores.
PALAVRAS-CHAVES (TAGs): - América do Sul; Chile; Ministério de Ciência, Tecnologia, e Inovação; Ministério de Obras Públicas; Ministério de Relações Exteriores; Ministério do presidetne Boric; Novos ministros; presidente Gabriel Boric
Segunda-feira, 9 de janeiro de 2023, Palácio de La Moneda. Neste dia o presidente do Chile GABRIEL BORIC Font (36) Pacto Aprovo Dignidade (PAD) recebeu a visita oficial de seu colega o presidente da Colômbia GUSTAVO Francisco PETRO Urrego (62) a pretexto da comemoração de 200 anos de relações bilaterais entre ambos os países. Ao que parece o assunto que poderá ter sido o motivo real da visita do presidente Petro é receber o apoio chileno para seus esforços da paz com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) o qual envolve a Venezuela e, isso quer dizer que Chile, Colômbia e Venezuela são três países governados por homens de esquerda, mas com experiências distintas, o que inclui as possibilidades do regime democrático e seus compromissos. A reforçar esta hipótese está o fato de o encontro entre Boric e Petro se dá dois (2) dias após o último ter feito uma reunião de última hora, aparentemente, em Caracas, com o ditador e presidente da Venezuela em que este item foi reconhecido como o central das conversas entre os dois mandatários. Em outras palavras, o encontro entre os presidentes se concentrou neste item, e os demais tratados diretamento pelo setor diplomático dos dois governos.
Ao final do encontro, foi divulgado um memorando conjunto sobre as pautas desta agenda bilateral o qual envolveu vários temas e parecendo bem ambiciosa, aqui reproduzidos valendo-se do portal oficial da presidência chilena:
Na opinião do cientista político Rui Tavares Maluf (63) "a razão principal deste encontro não desmerece em si mesmo as comemorações sobre os 200 anos de relações bilaterais, talvez possa até ajudar pois a questão da paz no Continente é da maior importância para a obtenção de um desenvolvimento social e econômico equilibrado e justo. E como se tratam de governos assumidamente de esquerda há que se admitir que a figura de Boric, o mais jovem deles, é de alguém que revela muito equilíbrio na questão das possibilidades do regime democrático e oferece um contraponto ao ditador venezuelano, ainda que de uma forma discreta". Ainda na avaliação de Tavares Maluf "a chance do presidente colombiano ter êxito na pacificação de seu país e na necessidade imperiosa de colaboração da Venezuela depende muito de pressão internacional, mas que possa vir de um campo político visto como confiável, e, talvez, seja este o caso do governo chileno na pessoa de Gabriel Boric". Mas o cientista político brasileiro conclui com uma ressalva: "A Venezuela é um indiscutível regime autoritário na atualidade, especialmente a partir dos últimos anos de Chávez, e a despeito de toda a pressão internacional contra o governo Maduro, mudança efetiva alguma se conseguiu até o momento. Portanto, é pouco provável que alguma coisa mais de fundo se verifique mesmo no campo da pacificação com a guerrilha colombiana se isso significar algum enfraquecimento para o regime venezuelano"
PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - América do Sul; Chile-Colômbia; cientista político Rui Tavares Maluf; presidente da Colômbia Gustavo Petro; presidente do Chile Gabriel Boric; Relações Bilaterais; 200 anos de relações bilaterais
***Nota atualizada em 14 de fevereiro de 2024***
Palácio de La Moneda, Santiago, terça-feira, 27 de dezembro de 2022. Nesse dia, o presidente da República GABRIEL BORIC Font (37) (Pacto Aprovo Dignidade) sancionou a Lei 21.524, que modifica o artigo 15 da Constituição do Estado e, assim, reintroduz o voto obrigatório para todas as eleições populares à exceção das eleições primárias nas quais os partidos escolhem quem serão os seus candidatos. O voto facultativo havia sido introduzido por meio da Lei 20.568 de 23 de janeiro de 2012, tendo, portanto, durado onze (11) anos. Nesse lapso de tempo, em se atendo as eleições presidenciais e legislativas foram realizadas três (3), sendo a mais recente no ano de 2021 quando o atual presidente foi eleito.
Veja a seguir o texto completo tal como reproduzido pela Biblioteca do Congresso Nacional (BCN):
MODIFICA A CARTA FUNDAMENTAL PARA RESTAURAR O VOTO OBRIGATÓRIO NAS ELEIÇÕES POPULARES
"Tendo em vista que o H. Congresso Nacional deu aprovação ao seguinte projeto de lei iniciado em moções consolidadas; o primeiro, correspondente ao boletim nº 13.212-07, do ex-deputado Esteban Velásquez Núñez; dos deputados René Alinco Bustos e Jaime Mulet Martínez e da ex-deputada Alejandra Sepúlveda Orbenes; e, a segunda, correspondente ao boletim nº 13.213-07, das deputadas Joanna Pérez Olea, Daniella Cicardini Milla, Carmen Hertz Cádiz, Erika Olivera De La Fuente, Ximena Ossandón Irarrázabal e Catalina Pérez Salinas; das ex-deputadas Natalia Castillo Muñoz, Marcela Hernando Pérez e Andrea Parra Sauterel, e do ex-deputado Pepe Auth Stewart,
Projeto de Reforma Constitucional
“Artigo único.- São introduzidas no artigo 15.º da Constituição Política da República as seguintes alterações:
1. No primeiro parágrafo, substituir a expressão “secreto e voluntário” por “e secreto”.
2. Insira o seguinte novo segundo parágrafo, convertendo o segundo parágrafo atual em terceiro parágrafo:
“O sufrágio será obrigatório para os eleitores em todas as eleições e plebiscitos, exceto nas eleições primárias. Uma lei orgânica constitucional estabelecerá as multas ou sanções que serão aplicadas pelo descumprimento deste dever, os eleitores que delas ficarão isentos e os procedimento de determinação.".".
E já que achei por bem aprová-lo e sancioná-lo; Portanto, que seja promulgada e efetivada como Lei da República.
Santiago, 27 de dezembro de 2022.- GABRIEL BORIC FONT, Presidente da República.- Ana Lya Uriarte Rodríguez, Ministra, Secretária Geral da Presidência.
O que transcrevo para sua informação.- Saudações Atte. a você, Macarena Lobos Palacios, Subsecretário Geral da Presidência.
Seja a introdução do voto facultativo quanto a reintrodução do voto obrigatório, tal como se observa na introdução do texto legal foram da iniciativa dos parlamentares e não do Poder Executivo, o que se trata de dado importante porque contou com o consenso de várias forças políticas.
Indicadores do Período do Voto Facultativo
Total de eleições presidenciais realizadas sob o voto facultativo: 3, ou seja 2013, 2017 e 2021
Total de eleições parlamentares nacionais (Câmara dos Deputados e Senado) realizadas sob o voto facultativo: 3, ou seja 2013, 2017 e 2021
Taxa de Abstenção Eleitoral no primeiro turno das eleições presidenciais: 52,2
Taxa de Abstenção Eleitoral no segundo turno das eleições presidenciais: 51,1
Veja quando foi introduzido o Voto Não Obrigatório
PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - Abstenção eleitoral; Artigo 15 da Constituição; Constituição; Eleições populares; fim do voto facultativo; Legislação; Lei 21.524; presidente Gabriel Boric; Reintrodução do voto obrigatório; Sistema Eleitoral do Chile
Nesta quinta-feira, 1 de dezembro de 2022, em Haia, Países Baixos, o plenário da Corte Internacional de Justiça (CIJ), órgão máximo de justiça da Organização das Nações Unidas (ONU), com 16 magistrados, emitiu sua sentença final no Caso Silala envolvendo Chile e Bolívia, países vizinhos da América do Sul com fronteira comum de 861 kms, a qual em termos formais se dividiu em oito sentenças todas estas decididias por larga maioria ou por unanimidade emitida em termos praticamente idênticos, ou seja, "que a reclamação feita pela República do Chile em sua submissão final não tem mais nenhum objeto e que a Corte não é chamada a tomar nenhuma decisão nesse assunto". Ou ainda, "que a contra-reclamação feita pelo Estado Plurinacional da Bolívia em sua última alegação, não tem mais qualquer objeto e, assim, esta Corte não é chamada a tomar nenhuma decisão nesse assunto". Apesar de a simples leitura de seus conteúdos transmitirem a ideia de que a Corte não tomou qualquer decisão aos olhos de um leitor que não acompanhou anteriormente o caso, isso se deveu ao fato de a Bolívia ter reconhecido pouco tempo antes da última etapa do julgamento a condição de que o rio Silala é internacional embora seu manancial, ou seja, sua nascente e percurso incial, se situem na Bolívia. Isso se deveu às decisões intermediárias da CIJ que alertaram o lado boliviano que a sua chance de vitória seria impraticável. Este era a razão central do pleito chileno para ter acionado a CIJ, isto é, a forma como a Bolívia vinha tratando politicamente esse curso de água, bem como com medidas concretas, e, assim, prejudicando a vida da população chilena em uma área tão árida na qual qualquer redução no volume de água produz enorme prejuízo. Com o reconhecimento boliiviano, houve o entendimento básico entre os governos das duas nações e, assim, a sessão final se transformou em formalidade e com decisões de conteúdo vazios. A contra-argumentação da Bolívia era de que ao longo do século XX empresa particular chilena havia alterado artificialmente o rio acarretando prejuízo a Bolívia pois teria havido perda signficativa no volume de água.
O encerramento desse caso, embora o mal estar entre os países aparentemente permanece, se dá sob dois governos com ideologias próximas; do lado do Chile governado pelo presidente GABRIEL BORIC Font (37) (Pacto Aprovo Dignidade) e da Bolívia governada pelo presidente LUIS Alberto ARCE Catacora (59). Mas ambos governantes também se mostraram aguerridos nas defesas das posições históricas de seus dois países.
PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - América do Sul; Caso Silala; Chile-Bolívia; CIJ; Corte Internacional de Justiça; Manancial; Nascente boliviana; Rio binacional; Rio internacional; Rio Silala; Haia; Países Baixos
***Nota revisada em 2 de maio de 2023***
Nesta terça-feira, 6 de setembro de 2022, o presidente da República GABRIEL BORIC Font (36) Pacto Aprovo Dignidade (PAD) realizou as primeiras mudanças em seu ministério como parte da necessidade de se fortalecer politicamente após a derrota da proposta da nova Constituição no referendo do último domingo, dia 4. Por enquanto, Boric realizou quatro (4) alterações, sendo que uma (1) destas foi deslocamento de um órgão para outro. As mudanças são as seguintes. No Ministério de Ciência, Teconologia, Conhecimento e Inovação saiu FLAVIO ANDRES SALAZAR Onfray (56), Partido Comunista do Chile (PCC) e nomeou SILVIA DIAZ Acosta (35), doutora em química pela Pontifícia Universidade Católica do Chile (PUC). No ministério da Saúde, o presidente demitiu a Maria BEGOÑA YARZA SAÉZ (58) Partido Socialista (PS), e nomeou XIMENA Paz AGUILERA Sanhueza (57), Independente, médica cirurgiã da Universidade do Chile. No Mimistério da Energia saiu CLAUDIO ALBERTO HUEPE Minoletti (56), sendo nomeado para o seu lugar DIEGO PARDOW Lorenzo (41), advogado pela Universidade do Chile, membro da Convergência Social (CS). Para o ministério do Desenvolvimento Social e Família o presidente exonerou a JEANETTE DEL ROSARIO VEGA Morales (64) e a substitui pelo seu secretário-geral da PresidênciaKenneth GIORGIO JACKSON Drago (35), engenheiro civil industrial e membro da Revolução Democrática (RD). Outras mudanças ainda poderão ocorrer, mas chama a atenção que estas ocorrem com seis (6) meses incompletos de governo e quando os índices de aprovação popular do governo e do presidente caíram muito desde o dia de sua posse.
PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - América do Sul; Chile; Ministérios; novos ministros; governo pós derrota no referendo; presidente Gabriel Boric muda ministério
***Nota atualizada em 9 de maio de 2023***
Neste domingo, 4 de setembro de 2022, os cidadãos chilenos foram convocados obrigatoriamente às urnas para se manifestar sobre a nova Constituição do Chile cujo texto havia sido aprovado pela agora extinta Assembleia Nacional Constituinte (ANC) exatos dois meses atrás. Por larga maioria os chilenos rejeitaram a nova Constituição criando grande problema para o atual presidente da República que se empenhou com muito afinco em defendê-la. Com 99,99% dos votos apurados, o resultado oficial divulgado pelo Serviço Eleitoral do Chile (Servel)foi de 61,86% dos votos válidos pelo rechaço (NÃO) e 38,14% dos votos válidos pelo aprovo (SIM), em termos absolutos isso quer dizer 7.882.958 votos contrários ao texto proposto e 4.860.093 favoráveis, totalizando 13.021.063 votos válidos. Os votos não válidos se dividiram entre 200.290 votos nulos, correspondendo a 1,54% dos cidadãos que compareceram e 77.145 de votos em branco, equivalentes a 0,59% dos que afluíram às urnas. Desse modo, o total de votantes foi de 13.021.063 eleitores registrados, isto é, 85,81% de um total de 15.173.929 chilenos.
É interessante observar que a ideia de obrigatoriedade do voto era encarada pelos defensores da aprovação como um seguro a favor da vitória do texto constitucional, pois assim os setores mais pobres e classe média baixa da população, geralmente os mais ausentes com o voto facultativo, tenderiam a comparecer e seus votos seriam em prol da nova carta magna, agora velha. O resultado foi completamente diferente, porque as pesquisas de intenção de voto davam a vitória para a rejeição, mas não tão ampla como efetivamente ocorreu e praticamente por igual na quase totalidade das regiões do país. O resultado representa derrota importante para o atual presidente da República GABRIEL BORIC Font (36) Pacto Aprovo Dignidade (PAD), quem se dedicou com muito afinco a defender o novo texto e quem estando há poucos meses à frente do cargo já enfrenta alto índice de desaprovação a seu governo. O presidente reconheceu a derrota e convocou reunião com todas as lideranças do país para propor um encaminhamento para esta questão, a qual, provavelmente, passará por um meio entre a Constituição da era da ditadura (a qual na realidade está reformada) e a constituição que foi agora rejeitada.
O cientista político Rui Tavares Maluf (63), professor da Faculdade de Sociologia e Política de São Paulo afirma que "provavelmente a rejeição resultou da combinação de ao menos dois importantes fatores: 1) desconhecimento de amplo segmento dos eleitores sobre o texto constituicional, isto é, não leram o que está escrito; e 2) rejeição dos que acompaharam o processo constituinte e leram o texto, o qual torna o Chile um pais plurinacional, rompendo com o princípio da indivisibilidade de seu povo". Ou seja, de acordo com Tavares Maluf, "talvez isso não seja um repúdio ao conjunto da carta magna proposta, mas a partes da mesma".
Acompanhe a seguir a distribuição percentual dos votos nas 16 regiões do Chile. Mesmo na Região Metropolitana de Santiago, onde os defensores imaginavam obter importante vitória, a rejeição a nova carta venceu. Os números absolutos nas regiões não haviam sido fornecidos ainda pelo SERVEL até a primeira atualização desta nota.
REGIÃO DO PAÍS | APROVO | EM % | RECHAÇO | EM % | SUBTOTAL |
---|---|---|---|---|---|
Antofagasta | 38,62 | 63,18 | |||
Araucanía | 26,31 | 73,69 | |||
Arica-Parinacota | 33,18 | 66,82 | |||
Atacama | 40,42 | 59,58 | |||
Aysén | 35,89 | 64,11 | |||
Bío Bío | 30,51 | 69,49 | |||
Coquimbo | 40,12 | 59,88 | |||
Los Lagos | 30,60 | 69,4 | |||
Los Rios | 32,83 | 67,17 | |||
Magallanes y Antartica Chilena | 40,08 | 59,92 | |||
Maule | 28,4 | 71,60 | |||
Metropolitana de Santiago | 44,74 | 55,26 | |||
Ñuble | 25,74 | 74,26 | |||
O'Higgins | 34,48 | 65,52 | |||
Tarapacá | 31,77 | 68,23 | |||
Valparaíso | 42,39 | 57,61 | |||
TOTAL | 4.860.093 | 38,14 | 7.882.958 | 61,86 |
PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - América do Sul; Chile; cientista político Rui Tavares Maluf; Nova Constituição; Referendo; Referendo de 4 de setembro de 2022; presidente Gabriel Boric; Professor da Faculdade de Sociologia e Política de São Paulo; Resultados oficiais; Servel
Nesta segunda-feira, 4 de julho de 2022, a direção da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), sob a presidência de MARIA ELISA QUINTEROS Cáceres (40), entregou ao presidente da República GABRIEL BORIC Font (36) Pacto Aprovo Dignidade (PAD), o texto oficial da nova Constituição do Chile, quando se completa exatamente um (1) ano da instalação da ANC, cujos textos finais foram votados na quarta-feira, 28 de junho, e passaram a seguir pela comissão de Harmonização a fim de verificar a integração de todos os capítulos e dos 338 artigos. A despeito da conclusão dos trabalhos e dissolução da assembleia, a Constituição só entrará em vigência caso aprovada por maioria simples dos votantes no Plebiscito Constitucional a ser realizado no dia 4 de setembro próximo, se constituindo em ato obrigatório para todos chilenos habilitados a votar que estejam residindo no país e passível de multa para os que se ausentarem sem justificativa compatível com as exigências estipuladas nas normativas já estabelecidas. Mas nos próximos dois (2) meses, todos os que apoiam a nova Carta precisarão se esforçar muito uma vez que na atualidade as pesquisas de opinião pública mostram que a maioria dos cidadãos se coloca contrária. Além disso, as forças políticas de oposição, basicamente os políticos filiados à quatro organizações políticas, a saber: (4) UDI, EVÓPOLI, Partido Republicano e RN farão campanha pelo repúdio da nova carta.
Na mesma segunda-feira, o Diário Oficial, em sua edição de número 43.293-B, publicou o decreto número 2.078 do Ministério do Interior, vazado em dois (2) artigos, sendo que o segundo traz a questão a ser respondida pelos eleitores: