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DIRCURSO DO MINISTRO VIEIRA NA FORMATURA DO INSTITUTO RIO BRANCO


Terça-feira, 27 de maio de 2025. Nesta manhã, em Brasília (DF), o ministro das Relações Exteriores (MRE) MAURO Luiz Iecker VIEIRA (74) participou da formatura da turma Eunice Paiva do Instituto Rio Branco (IRB), pouco mais de um mês após o instituto completar 80 anos de idade. Certamente o momento da formatura se dá em um dos contextos mais complicados da história mundial, ao menos do século XXI. Abaixo, Processo & Decisão (P&) reproduz o discurso de Vieira diretamente do portal do MRE, o qual tanto traz aspectos propriamente ligados à formação dos diplomatas quanto apreciações sobre o mundo contemporâneo. O evento contou com a presença do vice-presidente da República (VPR) GERALDO José Rodrigues ALCKMIN Filho (72) (PSB).


ÍNTEGRA DO DISCURSO DO MINISTRO


Veja os indicadores do discurso do chanceler Mauro Vieira


Minhas primeiras palavras são de agradecimento ao Senhor Vice-Presidente da República por prestigiar esta cerimônia, em representação do Senhor Presidente da República, que não pôde comparecer hoje.

Neste ano o Instituto Rio Branco completa 80 anos.

É motivo de grande orgulho para todos nós, Senhor Vice-Presidente, a comemoração desta data.

Quando o Instituto foi criado pelo governo Getúlio Vargas – em 18 de abril de 1945 – a excelência da diplomacia brasileira já era conhecida, justamente por obras notáveis como a do Barão do Rio Branco.

Era preciso, contudo, profissionalizar a formação dos diplomatas, adequando-a aos tempos que se anunciavam.

Isso era verdade nas mais variadas áreas de atividade do país, e iniciativas similares foram tomadas, como a criação da Fundação Getúlio Vargas (em dezembro de 1944) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (o CNPq, em 1951).

É um fato significativo que o Instituto Rio Branco tenha sido estabelecido ao mesmo tempo em que se fundavam as grandes instituições internacionais do pós-guerra.

As Nações Unidas representavam então – como representam ainda hoje – a promessa de uma ordem mundial assentada na racionalidade do diálogo.

A diplomacia brasileira – aconselhada por longa experiência histórica – subscreveu essa ideia de uma ordem global de paz e desenvolvimento e contribuiu para ela desde o primeiro momento.

Investimos em uma atuação diplomática pautada pelo conhecimento especializado.

Investimos na compreensão das realidades que nos cercam na América do Sul e além, para melhor atuarmos frente a elas.

Investimos na busca de dividendos concretos provenientes de regras multilateralmente acordadas.

Onde necessário, apontamos as falhas das instituições internacionais e pleiteamos – com firmeza e sentido crítico – a sua reforma.

Todo esse trabalho de décadas é permeado pela contribuição do Instituto Rio Branco: formando quadros capazes; imbuindo-os de uma visão da complexidade do Brasil e do mundo; e tornando-os cada vez mais representativos do pluralismo de nossa sociedade.

Mas o mundo está mudando – e exige um empenho ainda maior para atualizar tanto o serviço exterior como nossa reflexão sobre a realidade internacional.

Os 80 anos do Instituto não significam acomodação.

Sabemos que é preciso ampliar a presença e a representação de mulheres, indígenas e pessoas negras no Serviço Exterior Brasileiro, em todos os níveis.

Desde o ano passado, o Instituto Rio Branco realiza um curso para capacitar lideranças indígenas brasileiras em negociações sobre meio ambiente e mudança do clima.

Em breve, o Instituto passará a conceder bolsas de estudo para que candidatos indígenas possam se preparar para o concurso de diplomata, além de diversas outras ações afirmativas para mulheres, pessoas negras e demais grupos prioritários.

Estamos avançando na direção certa.

Tornar nossa força de trabalho mais representativa do povo brasileiro nos dará melhores condições de defender o interesse nacional no turbulento mundo em que vivemos.

Assistimos à ressurgência da xenofobia, da misoginia, do racismo, do protecionismo e do chauvinismo.

Atitudes que julgávamos relegadas ao mundo anterior a 1945 voltam e ameaçam não só a arquitetura da governança mundial como o arcabouço democrático em sociedades de todas as latitudes.

Isso coloca, desde logo, o desafio de preservar os valores da paz e do desenvolvimento em meio à desordem.

Aqui ainda temos o que aprender com o legado do Barão do Rio Branco sobre como navegar um mundo de incertezas que – às vezes – parece se carregar de irracionalidade.

Convicto da necessidade de relações amistosas no entorno estratégico brasileiro e da utilidade de normas de convívio entre as nações, o Barão do Rio Branco nunca hesitou em antepor o interesse nacional a qualquer outra consideração.

Com sua objetividade na leitura dos dados globais, compreendeu a época multipolar em que vivia e a importância de boas relações com potências então emergentes.

Mas, com seu realismo político e seu agudo sentido de dignidade nacional, jamais admitiu qualquer ofensa ou apequenamento do Brasil.

Repito as suas palavras em um artigo já no fim da vida: “Não entendemos [...] de amizade incondicional, especialmente para com os fortes”.

Só era incondicional, para José Maria da Silva Paranhos Júnior, a confiança no destino de grandeza do Brasil.

Grandeza de país avesso a alinhamentos automáticos, por ser o único responsável pela definição de sua própria conduta.

Gostaria de situar a comemoração de hoje sob esse duplo signo: da lição verdadeiramente patriótica da obra do Barão do Rio Branco; e do legado vanguardista de aperfeiçoamento institucional do Instituto Rio Branco e do Estado brasileiro.

Senhor Vice-Presidente,

Senhoras e senhores, caras e caros formandos,

É com esses princípios de profissionalismo diplomático e de autonomia nacional que o Itamaraty – sempre em consonância com o Art. 4º da Constituição Federal de 1988 – leva a efeito a política externa do governo do Presidente Lula.

A exitosa presidência brasileira do G20, em 2024, foi uma ocasião privilegiada na busca de elementos para a reinvenção da ordem mundial a partir de valores brasileiros.

Iniciativas que lançamos à frente do G20 – como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e o Chamado à Ação sobre reforma da governança global – indicam o caminho a seguir naquele antigo empenho brasileiro pela conformação de uma ordem mundial racional, legítima e benéfica para todos.

Na presidência do BRICS, o Brasil vem trabalhando por uma distribuição mais justa do poder mundial.

Um sistema internacional em equilíbrio deve ser capaz de reconhecer as legítimas aspirações das potências do mundo em desenvolvimento e de contribuir para a conformação de entornos regionais seguros e prósperos.

A COP30, que terá lugar neste mês de novembro em Belém do Pará, será o momento de passar da negociação para a ação no regime do clima.

Precisamos implementar os compromissos assumidos com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5º C.

Para isso, será crucial assegurarmos uma massa crítica de novas contribuições nacionalmente determinadas por parte dos países membros.

Senhoras e senhores,

Atentos ao universalismo que distingue a diplomacia brasileira, temos atuado intensamente nos planos regional e extrarregional.

Em dezembro de 2024, concluímos as negociações do acordo Mercosul-União Europeia.

Esperamos vê-lo assinado no segundo semestre deste ano, durante a presidência brasileira do Mercosul.

O acordo Mercosul-União Europeia será um baluarte da integração comercial, proporcionando previsibilidade nas trocas entre duas grandes regiões frente à onda de desestabilização protecionista global.

Na América do Sul, lançamos uma nova agenda de integração: o Consenso de Brasília.

Ao lado das rotas de integração sul-americana, sob iniciativa do Ministério do Planejamento, vamos nos reaproximando de nossos vizinhos e fechando uma lacuna de pelo menos dois séculos.

No âmbito da América Latina e do Caribe, registro a participação do Senhor Presidente da República na cúpula de chefes de Estado da CELAC em Tegucigalpa e – durante sua recente visita a Pequim – sua participação no Fórum CELAC-China.

Sediaremos em junho, em Brasília, a Cúpula Brasil-Caribe, com a participação de líderes de 16 países da região.

O evento será um marco na retomada de nosso diálogo e cooperação com o Caribe.

Trataremos de temas cruciais no contexto da preparação para a COP30 como meio ambiente, comércio e segurança alimentar.

Passando à África, realizamos, na semana passada, o II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural.

Delegações de 44 dos 54 países africanos participaram do evento, que teve por objetivo promover o intercâmbio de conhecimentos e de experiências bem-sucedidas, com vistas a fortalecer a produção alimentar na outra margem do Atlântico Sul.

O estreitamento dos laços com a África é uma prioridade da política externa brasileira.

Como destacou o Senhor Presidente da República – e cito –, “a África faz parte do Brasil e o Brasil tem que ter orgulho de dizer que faz parte da África”.

Atuaremos sob esse espírito também na preparação da próxima reunião ministerial da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, prevista para ocorrer em 2026 no Brasil.

Queremos construir, com nossos parceiros africanos, um Atlântico Sul aberto ao desenvolvimento sustentável e livre de presenças militares e rivalidades geopolíticas alheias ao que é o nosso oceano comum.

Mais além, com a ASEAN, atravessamos uma fase de comércio pujante e reafirmação comum da autonomia do sul político do mundo.

Na Ásia, polo mais dinâmico do crescimento global, ampliamos parcerias por meio de densas agendas bilaterais com a China, com o Japão e com o conjunto dos países do Sudeste Asiático.

Caras formandas, caros formandos,

No dia 21 de maio teria completado cem anos de idade um aluno da primeira turma do Instituto Rio Branco: Gilberto Chateaubriand.

Gilberto, que faleceu aos 97 anos em 2022, foi o último remanescente dessa turma pioneira da instituição.

Tanto a diplomacia quanto a arte contemporânea foram o traço todo de sua vida – como se pode ler no depoimento que deu à revista Juca, do Instituto Rio Branco, há dez anos.

Ao evocar a memória desse diplomata e colecionador de grande espírito público, observo que – da turma de 1945 à turma de 2025 – não se alterou o sentido de missão com que as formandas e os formandos do Instituto Rio Branco desejam servir ao Brasil.

Mudou o país, e com ele o Itamaraty: por isso nossa diplomacia exige não só lucidez e assertividade como uma força de trabalho com a cara do Brasil.

Felicito-lhes, assim, por associarem a turma de 2025 à figura de Eunice Paiva.

Essa notável brasileira de ressonância mundial encerra o exemplo inspirador da vocação democrática de nossa gente.

O Dr. Ulysses Guimarães – com quem tive o privilégio de conviver e com quem aprendi muito do que sei sobre democracia e sobre arbítrio no Brasil – disse o seguinte sobre esse caso em seu discurso na promulgação da Constituição Cidadã: “A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram”.

A geração de Eunice Paiva, a geração do Senhor Presidente da República e a geração de Vossa Excelência, Senhor Vice-Presidente, enfrentaram com altivez a ditadura e nos legaram uma República que marca o caminho civilizatório no Brasil.

O Presidente José Sarney e o Deputado Ulysses Guimarães – com sua sabedoria e paciência – costuraram a transição democrática e nos legaram uma Constituição que nos resguarda contra novas recaídas autoritárias, indicando a resposta a dar aos recentes ataques à democracia.

E é por isso que, ao navegar a desordem mundial, o Brasil tem a lhe orientar não só a cartografia de sua história como a bússola dos valores democráticos e plurais de sua sociedade.

É como o governo do Presidente Lula seguirá defendendo – sem trégua e sem concessões – o interesse nacional brasileiro.

Parabéns a todos e muito obrigado.


De acordo com o cientista político Rui Tavares Maluf (66), "O discurso do ministro Mauro Vieira tem vários aspectos defensáveis, todavia com muitos pontos contraditórios seja pelo que omitiu em sua fala bem preparada, como é padrão de um alto diplomata, mas, sobretudo, pelo que se observa na conduta recente do atual governo, como é o caso da democracia e da defesa dos defesa dos direitos humanos." Tavares Maluf dá como exemplo a ênfase à democracia: "o atual governo brasileiro silencia em relação à indiscutível ditadura venezuelana, que no final de semana passada teve mais um importante dirigente da oposição preso, ou melhor, sequestrado, uma vez que se desconhece o paradeiro do mesmo. Não identifiquei qualquer nota da chancelaria brasileira sobre o assunto, como não vejo em relação a outras graves agressões que ocorrem semanalmente no país vizinho. Tão criticável quanto silenciar é celebrar um governo tirânico e assassino como o de Vladimir Putin, como fez o presidente Lula que semanas atrás participando das comemorações do dia da vitória na Segunda Guerra Mundial na Rússia, cercado de vários outros ditadores, como se tudo estivesse bem. A crítica que faço não é pelo fato do Brasil manter relações diplomáticas com países sob regimes autoritários, pois é preciso tê-las em princípio, mas é a importância conferida a alguns desses, o que vai além dos interesses de Estado." Sobre a possível contradição do no raciocínio do próprio analista a respeito das relação com outro país autoritário, a China, Tavares Maluf afirma: "certamente a República Popular da China é mais do que um regime autoritário, pois flerta com o totalitarismo a partir da assunção de Xi Jin Ping em 2013. Ainda assim, a conduta da China no cenário internacional não pode ser equiparada à da Rússia e nem mesmo à da Venezuela, ou Nicarágua. Além dos mais, a grande nação asiática tornou-se um potência econômica com a adoção do mercado privado". Para finalizar sua reflexão, Tavares Maluf destaca que "isso não significa que o Brasil não possa fazer críticas ao regime autoritário chinês, mas é bem diferente do que tratar Vladimir Putin como amigo, entre outras considerações que poderiam ser feitas sobre a política exterior brasileira".


INDICADORES DO DISCURSO DO MINISTRO VIEIRA



PALAVRAS-CHAVES (TAGs): - Discurso do ministro das Relações Exteriores; formatura; Instituto Rio Branco; IRB; ministro Mauro Vieira; turma Eunice Paiva


Para você relembrar parte da cronologia da tentativa de golpe de estado


Livro Eleições presidenciais na América do Sul, por Rui Tavares Maluf, publicado em 2025


Acompanhe a Legislação federal de interesse político


Previdência Social e Mulheres: dois ministros empossados


ELASTICIDADE MORAL


Por Rui Tavares Maluf*

Rui Tavares Maluf

O título acima é o que me ocorreu para designar o comportamento dos deputados federais na quarta-feira, 7 de maio de 2025, quando o plenário da Câmara dos Deputados (CD) votou e aprovou rapidamente a sustação da Ação Penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), convertida na Resolução 18/2025. Essa decisão abriria a possibilidade de beneficiar também outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro.

É fato que, pouco depois da votação, a Primeira Turma do STF reafirmou que a suspensão da ação penal só vale para atos posteriores à diplomação no cargo de deputado. Assim, os magistrados evidenciaram que a Resolução é inconstitucional. No entanto, a Câmara dos Deputados não se deu por satisfeita. Na terça-feira, 13 de maio, ninguém menos que o próprio presidente da instituição, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), informou, às 14h, por meio de sua conta na plataforma X (antigo Twitter), que havia ingressado com “uma ação para que prevaleça a votação pela suspensão de ação penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ)”, por meio do recurso de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).

Sim, “Afronta ao STF” poderia ser um título mais direto para este artigo, considerando-se tudo o que se passou — além de outros episódios que não cabe aqui detalhar. No entanto, entendo que há uma questão anterior e mais relevante: é fato que houve uma tentativa de golpe de Estado entre o final de 2022 e o início de 2023, ou seja, uma afronta inquestionável à Constituição Federal e à Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito (Lei 14.197/21). Muitos dos protagonistas se tornaram réus, em sua maioria, no âmbito da mais alta Corte do país, que vem cumprindo sua responsabilidade institucional. Nesse contexto, a conduta dos deputados que votaram favoravelmente à Resolução — em processo facilitado pela cômoda imparcialidade do presidente Hugo Motta — apresenta-se como claro indicador de que esses parlamentares não pautam suas atitudes, em matérias concernentes à defesa do regime democrático e do Estado de Direito, por valores a estes alinhados.

Como já amplamente noticiado pela imprensa, e conforme registro no próprio portal da Câmara dos Deputados, a proposição foi aprovada por um amplo placar: 315 votos favoráveis, 143 contrários e quatro abstenções, entre 462 votantes (de 463 presentes, incluindo o presidente, que não vota). Os votos favoráveis representaram 62,2% dos que compareceram e 61,4% de toda a Casa. Assim, em um assunto da mais alta relevância, 41 parlamentares não registraram presença — um número elevado, que, a meu juízo, indica uma combinação de desinteresse e/ou falta de coragem perante a sociedade para dizer “sim” ou “não”, embora me pareça que a maioria desses ausentes se inclinaria pelo “sim”.

A bancada de Mato Grosso do Sul foi a única entre as 27 unidades da federação cuja maioria votou “não” — quatro votos contrários contra três favoráveis, em sete votantes (havendo um ausente). Quatro bancadas votaram de forma unânime pelo “sim” à anistia, três delas completas com seus oito membros (Rondônia, Roraima e Tocantins, todos da região Norte), e uma (Mato Grosso) com sete presentes favoráveis entre oito parlamentares. Outras quatro também compareceram por completo (Distrito Federal, Goiás, Sergipe e uma quarta não especificada), mas com dissenso, ainda que tenha prevalecido o “sim”.

Essa votação foi encerrada com menos de 24 horas de diferença em relação à que se deu na noite anterior, quando foi aprovado o aumento de cadeiras para a próxima legislatura — outro tema que pouco dignifica a instituição, pois foi desenhado de modo a beneficiar nove estados e prejudicar os maiores, particularmente São Paulo. Embora tenha havido um mapa de votação distinto no dia anterior, o resultado final também representa um desserviço ao país e uma provocação pueril ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito, ou melhor, à qualidade das instituições democráticas.

Dos representantes populares, deveríamos esperar a grande política, especialmente em assuntos vertebrais como o que trato aqui — e não decisões oportunistas, revestidas de falsa neutralidade, que revelam evidente “elasticidade moral”. Muitos se valem do Estado de Direito para se eleger, dizem defender o regime democrático, mas efetivamente o conspurcam ao invocar como justificativa para seus atos um suposto desequilíbrio entre os poderes da República — argumento, este, completamente improcedente.


Nos anexos apresento as tabelas de votação do projeto


*RUI TAVARES MALUF. Pesquisador, consultor e professor universitário. Ex-professor da Faculdade de Sociologia e Política de São Paulo – Escola de Humanidades (2005-2022), das Faculdades Campos Salles (2001-2011) e de outras instituições de ensino superior. Fundador e editor da consultoria e do site Processo & Decisão. Doutor em ciência política (USP). Mestre em ciência política (UNICAMP). Autor dos livros Eleições Presidenciais na América do Sul (2025); Amadores, Passageiros e Profissionais (2011) e Prefeitos na Mira (2001), os dois últimos pela editora Biruta. Autor de inúmeros artigos sobre política municipal, nacional e internacional do Brasil em relação aos países da América do Sul.


PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - Anistia; artigo; Câmara dos Deputados; CD; Constituição Federal; deputado Hugo Motta; Lei de Defesa do Estado Democrático; Supremo Tribunal Federal; STF; susta ação penal; votação nominal


Para você relembrar parte da cronologia da tentativa de golpe de estado


Livro Eleições presidenciais na América do Sul, por Rui Tavares Maluf, publicado em 2025


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Previdência Social e Mulheres: dois ministros empossados


Orçamento 2025: finalmente aprovado


Lula empossa novos ministros


Ministério Público denuncia Bolsonaro e mais 33


GOVERNO BRASILEIRO CONCEDE ASILO PARA EX-PRIMEIRA DAMA PERUANA


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Países da América do Sul



GOVERNADOR DO RS FILIA-SE AO PSD


Sexta-feira, 9 de maio de 2025. Na tarde deste último dia útil da semana, em São Paulo (SP) o governador do Rio Grande do Sul (RS) EDUARDO Figueiredo Cavalheiro LEITE (40), exercendo o segundo (2o) consecutivo à frente do executivo gaúcho, filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), em cerimônia que contou com a presença do presidente nacional da sigla GILBERTO KASSAB (64) e de outras lideranças da agremiação. No mês passado o governador já havia informado que deixaria o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao qual foi filiado por 24 anos.


PALAVRAS-CHAVES (TAGs) - cerimônia; filiação partidária; governador do RS; governador Eduardo Leite; partidos políicos; PSD; PSDB; Rio Grande do Sul



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Previdência Social e Mulheres: dois ministros empossados


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GOVERNO BRASILEIRO CONCEDE ASILO PARA EX-PRIMEIRA DAMA PERUANA


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Países da América do Sul


CÂMARA SE DECIDE POR MAIS DEPUTADOS


***Nota atualizada em 8 de Maio de 2025***


Terça-feira, 6 de maio de 2025. Em Brasília (DF), na 66a sessão extraordinária, o plenário da Câmara dos Deputados (CD), sob a presidência do deputado HUGO MOTTA Wanderley da Nóbrega (35) (Republicanos-PB), em votação nominal, aprovou substitutivo ao projeto de Lei Complementar (PLP) de autoria da deputada DANIelle Dytz da CUNHA (37) (UNIÃO-RJ), alterando a Lei Complementar LC-78 de dezembro de 2023 que disciplina o número de cadeiras da CD e das Assembleias Legislativas (ALs) estaduais e distrital em resposta às alterações demográficas ocorridas no Brasil e registradas pelo Censo de 2022. O substitutivo apresentado pelo relator da matéria, deputado DAMIÃO FELICIANO da Silva (73) (UNIÃO-PB) determinou a manutenção das cadeiras das Unidades da Federação (UsF) que deveriam, em princípio, perdê-las e o aumento para os estados que tiveram incremento proporcional de população, o que já era esperado de certa forma.

A matéria foi aprovada por 270 votos favoráveis (SIM) versus 207 votos contrários (NÃO) e uma (1) (ABSTENÇÃO), em um total de 478 votantes, ou 93,18% dos 513 parlamentares que integram a casa. O quorum mínimo para proposição desta natureza ser aprovada é de 257, portanto, o lado vencedor obteve 13 votos a mais do que o necessário.

A matéria segue agora para apreciação do Senado Federal (SF). Caso o SF mantenha intacta a decisão da CD, esta câmara baixa aumentará o número de cadeiras de 513 atuais para 531, diferença à maior de 18, a qual se distribuirá por nove (9) estados. As ALs dos mesmos estados terão acréscimo total de 30 vagas, elevando-as em todo o País de 1.059 atuais para 1.089 (veja tabela abaixo). Tudo isso passaria a valer a partir do início da próxima legislatura (2027).

A Constituição Federal (CF) trata da matéria em seu artigo 45 parágrafo 1o o qual está redigido nos seguintes termos: "§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.". A LC-78 que disciplina o assunto, tal como determina a CF é bem sucinta, sendo redigida em somente cinco (5) artigos. Os artigos 2o e 3o basicamente reproduzem o texto constitucional. Somente o artigo 1o é o que faz a diferença e reza o seguinte: "Art. 1º Proporcional à população dos Estados e do Distrito Federal, o número de deputados federais não ultrapassará quinhentos e treze representantes, fornecida, pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano anterior às eleições, a atualização estatística demográfica das unidades da Federação.

Parágrafo único. Feitos os cálculos da representação dos Estados e do Distrito Federal, o Tribunal Superior Eleitoral fornecerá aos Tribunais Regionais Eleitorais e aos partidos políticos o número de vagas a serem disputadas".

Veja na tabela a seguir como ficará a distribuição de cadeiras na CD se não houver modificação pelo SF

Possível nova distribuição de cadeiras na CD
UF CÂMARA DOS DEPUTADOS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS
Amazonas 2 6
Ceará 1 1
Goiás 1 1
Minas Gerais 1 1
Mato Grosso 2 6
Pará 4 4
Santa Catarina 4 4
Rio Grande do Norte 2 6
Paraná 1 1
TOTAL 18 30

INDICADORES DE VOTAÇÃO DO PLP-177/23


Compare as Votações na Câmara dos Deputados (CD)


PALAVRAS-CHAVES (TAGs): Aumento de bancadas; Câmara dos Deputados; CD; deputado Damião Feliciano; deputada Dani Cunha; Número de Deputados Federais; votação nominal


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Previdência Social e Mulheres: dois ministros empossados


Orçamento 2025: finalmente aprovado


Lula empossa novos ministros


Ministério Público denuncia Bolsonaro e mais 33


GOVERNO BRASILEIRO CONCEDE ASILO PARA EX-PRIMEIRA DAMA PERUANA


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Países da América do Sul



PREVIDÊNCIA SOCIAL E MULHERES: DOIS MINISTROS EMPOSSADOS


***Nota atualizada em 6 de Maio de 2025 às 19:55***


Entre os dias 2 e 5 de maio de 2025, o presidente da República Luiz Inácio LULA da Silva (79) (PT) nomeou e empossou mais dois (2) ministros em seu governo, a saber: o ex-deputado federal pelo estado de Pernambuco WOLNEY QUEIROZ Maciel (52) (PDT-PE) como ministro da Previdência Social (MPS), em lugar de CARLOS Roberto LUPI (68), presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que pediu demissão após sua situação política se tornar insustentável devido a crise dos descontos de aposentados ocorrida no Instituto Nacional de Seguridade Social INSS e MARCIA Helena Carvalho LOPES (67) (PT) como ministra das Mulheres (MM) em substituição a ApareCIDA GONÇAVLES (63), que também passou por situação política constrangedora após denúncias de assédio por ela supostamente praticada contra funcionários. A nova ministra, Marcia Lopes, é ex-vereadora em sua cidade natal Londrina (PR) (2001-2004), tendo sido eleita com 4.308 votos e se colocado como a segunda (2a) mais votada dentre os titulares.

Os decretos exonerando Lupi e nomeando Queiroz foram ambos publicados em edição especial do Diário Oficial da União (DOU) de 2 de maio, sexta-feira, e os que exonera Cida Gonçalves e nomeia Marcia Lopes são de segunda-feira, 5 de maio.

"O peso político dos dois ministérios é bem diferente" afirma Rui Tavares Maluf (66), cientista político e editor de Processo & Decisão (P&D), "pois a Previdência Social é uma pasta cujo objeto legal de atuação, bem como orçamento, tem consequências diretas e indiretas na vida de milhões de brasileiros enquanto a das Mulheres, por maior que seja seu mérito, é uma pasta muito politizada em torno de um segmento político e social". Tavares Maluf acrescenta que "o Ministério da Previdência precisa ser gerido por indivíduo muito bem preparado tecnicamente e em gestão, especialmente no contexto político, social e demográfico que o País vive, e, tanto quanto possível o menos vulnerável às barganhas políticas com o Congresso Nacional". O cientista político conclui afirmando: "Independentemente do preparo do novo ministro da Previdência, o ministro Wolney Queiroz é um político acima de tudo e até agora se encontrava como segundo homem mais importante na referida pasta, já tendo seu nome incluído em suspeitas de irregularidades. Em princípio, não vejo qualquer mudança substantiva em termos de política pública que possa alterar significativamente o que vem se passando na área".


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